Sabe a diferença entre as tecnologias Force Touch, 3D Touch ou Haptic Touch presente em alguns dispositivos da Apple?

O Force Touch deu as caras em 2014, com o Apple Watch, depois passou a integrar o trackpad de alguns MacBooks. No ano seguinte o iPhone 6s introduziu o 3D Touch. Mas, foi só em 2018 que o iPhone Xr trouxe o Haptic Touch, tecnologia que substituiu o 3D Touch nesse modelo e nos iPhone 11, 11 Pro e 11 Pro Max lançados em 2019.

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Como dito, essa tecnologia surgiu com o primeiro Apple Watch, lançado em 2014. Basicamente, o Force Touch identifica quando o usuário apenas toca na tela ou pressiona o display com mais força.

Ainda no relógio, essa pressão exercida na tela é identificada por pequenos eletrodos posicionados ao redor da tela. Depois, a informação é enviada ao Taptic Engine, o motor de vibração que dá um retorno tátil ao usuário.

O Force Touch abriu o leque para mais funcionalidades nas telas. Em um mesmo botão era possível oferecer duas respostas diferentes ao usuário, ao tocar ou pressionar.

Especialmente no Apple Watch, com uma tela pequena, novas formas de interação eram necessárias para não prejudicar a experiência do usuário com o novo produto da época.

Depois, a Apple implantou a tecnologia para reconhecimento dos toques mais fortes nos futuros trackpads dos MacBooks e no Magic Trackpad 2.

Eis alguns exemplos do uso dessa tecnologia:

Se quiser conferir mais exemplos de uso do Force Touch no trackpad do MacBook, acesse o site de suporte da Apple.

Ainda que o Force Touch não estivesse nos iPhones lançados em 2014. Uma nova tecnologia foi anunciada no ano seguinte, no iPhone 6s, o 3D Touch.

Este é conhecido como uma versão melhorada do Force Touch, apesar de nenhum substituir o outro, ambos têm a mesma função, mas de formas diferentes: identificar a pressão do toque na tela para dar retornos (opções) diferentes ao usuário.

No 3D Touch, sensores capacitivos medem a distância microscópica entre a iluminação do display (chamada de backlight) e a cobertura de vidro da tela e combinam essa informação com os dados do acelerômetro, interpretando a intenção do usuário.

Como o nome sugere, com o 3D Touch, há três níveis de pressão: o primeiro é o toque simples; o segundo é um pressionar levemente mais forte; já o terceiro é continuar pressionando ao mesmo tempo que se aplica mais força na tela do iPhone.

Levando esse conjunto para os gestos do iOS, surge o “Peek and Pop”. É mais fácil entender com exemplos:

Assim como o Force Touch, no Apple Watch, não são todas as áreas do iOS que trazem interações a partir do 3D Touch. Para aplicativos de terceiros, vai depender da implementação do recurso pelo desenvolvedor.

O 3D Touch está presente também no iPhone 6s Plus, iPhone 7, iPhone 7 Plus, iPhone 8, iPhone 8 Plus, iPhone X, iPhone Xs e iPhone Xs Max. Contudo, assim como o Touch ID foi substituído pelo Face ID, o 3D Touch já passou a ser substituído pelo Haptic Touch.

O iPhone Xr foi o primeiro que trouxe a solução via software. O modelo, que hoje parece ter sido um teste de aceitação, sacrificou algumas especificações em relação ao irmão maior, o iPhone Xs, para ter um custo menor para o consumidor final.

Com o Haptic Touch, basta segurar o dedo em alguma informação na tela (ícone de aplicativo, foto, data, link, etc) para que as opções sejam exibidas, assim como seria o pressionar mais forte do 3D Touch, porém, sem imprimir nenhuma pressão maior que a do simples toque.

O teste parece ter dado certo, os novos iPhone 11, iPhone 11 Pro e iPhone 11 Pro max não trouxeram a tecnologia 3D Touch na tela, afirmando a substituição da tecnologia pelo Haptic Touch.

Mas, o que me parece ser uma troca justa, ao tirar componentes debaixo do display, os novos iPhones ganharam mais espaço interno, o que pode ter contribuído para o aumento da bateria em relação a geração de 2018.

Mas, foi só questão de economia?

Pode ser que sim e pode ser que não. Se perguntar para algum proprietário de um iPhone com 3D Touch o que é essa tecnologia e para que ele a usa, há grandes chances de ele não saber o que isso significava. Assim como diversos outros recursos do aparelho que ninguém dá a mínima.

Claro que existem diversos tipos de usuário, os mais avançados, que sabem até como o processo funciona e o usuário comum, que só quer um celular novo com uma câmera melhor.

Em setembro de 2015, o executivo de marketing da Apple Phil Schiller explicou em uma reportagem da Bloomberg que o 3D Touch significava um esforço de engenharia extremamente difícil e que a empresa desperdiçaria anos de trabalho e um alto investimento se a função não resultasse em utilidade na vida do usuário.

Fato é que a Apple precisa agradar esses dois grupos, de usuários comuns e avançados. Não faz sentido continuar entregando uma funcionalidade por hardware, com custo maior, se ela pode ser resolvida por software, para continuar agradando o grupo menor.

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Lucas Lima

Coordenador de conteúdo

Lucas Lima trabalha no Tecnoblog desde 2019 cobrindo software, hardware e serviços. Pós-graduando em Data Science, formou-se em Jornalismo em 2018 e concluiu o técnico em Informática em 2014, mas respira tecnologia desde 2006, quando ganhou o primeiro computador e varava noites abrindo janelas do Windows XP. Teve experiências com comunicação no poder público e no setor de educação musical antes de atuar na estratégia de conteúdo e SEO do TB.