Allan dos Santos alfineta Michelle: “Está cagando para o Bolsonaro”
No dia 1º de dezembro de 2025, Allan dos Santos, jornalista que fugiu da Justiça brasileira em 2021, dirigiu uma mensagem a Michelle Bolsonaro, ex‑primeira‑dama do Brasil, afirmando que ela está “cagando” para o marido, o ex‑presidente Jair Bolsonaro, que se encontra preso na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, por condenação no processo da trama golpista. A declaração foi feita em meio a tensões internas na família Bolsonaro, após Michelle ter criticado a aproximação do diretório do Partido Liberal (PL) no Ceará com Ciro Gomes, do PSDB.
O contexto institucional envolve a prisão de Jair Bolsonaro em 22 de novembro, quando ele permanecia em casa em Brasília acompanhado do filho Carlos Bolsonaro. Na época, Michelle estava no Ceará para participar de um encontro do PL Mulher Nacional em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza. Após a prisão do ex‑presidente, ela cancelou a participação no evento e retornou imediatamente a Brasília. A mensagem de Allan reflete a fricção crescente dentro do PL, enquanto a família Bolsonaro enfrenta a ausência do líder e a necessidade de definir um sucessor para as eleições presidenciais de 2026.
As posições apresentadas por Michelle incluem críticas a uma suposta aliança do PL do Ceará com Ciro Gomes, que, segundo ela, contraria a linha da direita e “não levanta a bandeira branca”. Ela acusou o deputado André Fernandes, também do PL, de favorecer essa articulação e de promover um discurso que, em sua visão, “coloca a família como ladrão” e “confronta a liderança do ex‑presidente”. Fernandes, por sua vez, afirmou que a iniciativa partiu de Bolsonaro e contou com respaldo da cúpula nacional do partido. Esse contraste demonstra um racha interno que pode influenciar a imagem do PL perante o eleitorado e a estratégia de campanha para 2026.
As consequências práticas desse cenário incluem um potencial enfraquecimento da coesão do PL, visto que divergências sobre alianças políticas podem afetar a unidade do partido. A crítica de Michelle, combinada com a defesa de Fernandes, pode gerar divisões entre os apoiadores, influenciando a percepção pública e a mobilização para as próximas eleições. Além disso, a situação legal de Allan dos Santos continua a gerar discussões sobre a responsabilidade de comentaristas e figuras públicas que operam fora do território brasileiro. A dinâmica interna do PL, portanto, permanece em jogo, enquanto os atores envolvidos aguardam os desdobramentos da campanha presidencial e os desfechos judiciais relativos a Bolsonaro e a seus colaboradores.
