DF: ato com Janja e Anielle marca protestos contra feminicídios
O movimento Levante Mulheres Vivas realizou atos em diversas cidades do país, em 7 de dezembro, para denunciar o aumento dos casos de feminicídios e demais violências contra a mulher no Brasil. Em Brasília, a manifestação ocorreu pela manhã, na Torre de TV, com a presença da primeira-dama Janja Lula da Silva e das ministras da Igualdade Racial, Anielle Franco, das Mulheres, Márcia Lopes, e da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. O ato contou com a presença de mulheres vestindo roxo e levando cruzes pintadas de vermelho, em sinal de reivindicação pelo fim do feminicídio no país. A manifestação foi apenas uma das várias ações realizadas em pelo menos 20 estados, segundo as organizadoras do movimento.
A onda de protestos foi desencadeada por episódios de violência contra mulheres que ganharam repercussão nacional em novembro. Em São Paulo, Tainara Souza Santos, de 30 anos, foi arrastada por um carro na Marginal Tietê, na zona norte da cidade, e teve as duas pernas amputadas. Ela está internada em estado grave, e o agressor, Douglas Alves da Silva, de 26 anos, com quem Tainara manteve um relacionamento, está preso. Em outro caso, duas mulheres foram mortas após o ataque de um feminicida no Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) Celso Suckow da Fonseca, localizado no Maracanã, na zona norte do Rio de Janeiro. A diretora da equipe pedagógica Allane de Souza Pedrotti Matos, de 41 anos, e a psicóloga Layse Costa Pinheiro, de 40 anos, foram mortas a tiros por João Antônio Miranda Tello Ramos Gonçalves, funcionário do Cefet que não aceitava ser chefiado por mulheres. Na última segunda-feira, em São Paulo, um homem invadiu a pastelaria onde a ex-namorada trabalhava e atirou contra ela usando duas pistolas. A vítima, de 38 anos, foi baleada ao menos seis vezes.
O caso mais recente no Distrito Federal envolve a musicista do Exército Maria de Lourdes Freire Matos, de 25 anos, que foi morta pelo soldado Kelvin Barros da Silva, de 21 anos. O crime ocorreu na tarde de sexta-feira, no 1º Regimento de Cavalaria Mecanizada, e é apenas mais um dos muitos casos de violência contra mulheres que têm sido registrados no país nos últimos meses. De acordo com as organizações que realizaram os atos, o movimento Levante Mulheres Vivas é uma resposta a essa onda de violência e busca chamar a atenção para a necessidade de medidas concretas para prevenir e punir esses crimes. As manifestações também visam reivindicar direitos para as mulheres e combater a cultura de silêncio e tolerância que permite a continuação dessas violências.