Navegador da big tech segue no expurgo do bloqueador de anúncios uBlock Origin. Extensão não é mais suportada no navegador desde o ano passado.

Usuários estão relatando que o Google voltou a desinstalar o bloqueador de anúncios uBlock Origin no Chrome. A big tech removeu o suporte ao sistema Manifest V2, usado por algumas extensões no navegador, no ano passado. Em outubro de 2024, o Google começou a primeira leva de remoção de ferramentas com o sistema, incluindo o uBlock Origin, extensão considerada a mais eficiente no bloqueio de anúncios.

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O Google anunciou que não quer mais permitir o suporte ao Manifest V2 no seu navegador. Assim, em breve, apenas extensões criadas com o Manifest V3, tecnologia base para a criação dessas ferramentas, funcionarão no Chrome.

Ou seja, não é só o uBlock Origin que será desinstalado dos navegadores: qualquer extensão ainda desenvolvida com o Manifest V2 será removida das contas dos usuários. Contudo, a guerra do Google contra os bloqueadores de anúncios marcou o expurgo das extensões do Manifest V2 como uma briga contra o uBlock Origin.

Ublock Origin
byu/surms41 inbrowsers

Os novos relatos do expurgo contra as extensões com Manifest V2 foram publicados no Reddit e no X. O usuário também verá um aviso de fim de suporte ao abrir a página de uma ferramenta desenvolvida com esse sistema. O aviso conta com um botão para que o usuário remova a extensão do seu navegador.

É provável que a volta dos relatos de remoção de extensões com Manifest V2 esteja ligada à ampliação da atualização do Google, que desativou o suporte para esse sistema.

O fim do suporte ao Manifest V2 também ocorre em outros navegadores baseados no Chromium, engine de navegadores do Google. Isso inclui o Microsoft Edge e o Brave. Browsers que utilizam outros sistemas, como o Firefox, seguirão suportando o Manifest V2 em suas versões.

Com informações de The Verge

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Mudei aqui pro lite, por enquanto ta funcionando aqui, desculpa tecnoblog kkkkkk

E como se não bastasse, esses dias a Mozilla removeu sua promessa de não vender os dados pessoais a anunciantes, além de adicionar uma cláusula do tipo “você dá direito irrevogável, sem royalties, sobre tudo que você digitar no navegador”.

Obviamente isso causou grande revolta por parte dos usuários, daí a Mozilla tentou “explicar” algo na linha “olha, não é que a gente vende seus dados, a gente não vende seus dados, só que pra efeitos legais, a definição jurídica de ‘venda de dados’ é muito ampla e parte do que fazemos legalmente seria considerado ‘vender seus dados’, mas não estamos vendendo seus dados, tá?”.

Não é surpresa, já que a Mozilla tem investido em coisas como “Anonym”, supostamente uma plataforma para anunciantes que anuncia de forma “anonimizada”. Isso é, coletam seus dados, mas dizem que esses dados são “anonimizados” (ou seja, teoricamente não revelariam quem é o usuário).

Anonimizado ou não, o fato é que esses anúncios seriam prejudicados por um uBlock Origin, então não seria surpresa ver, em breve, a Mozilla seguindo exatamente o mesmo caminho da Google. No fim, a única esperança da Web está no LadyBird, previsto para 2026, que não me surpreenderia se enshittificasse também.

Não me fala isso. Agora que estava pensando e voltar ao Firefox…

O pessoal tá indo pros forks do Firefox, principalmente pro LibreWolf. O LibreWolf e demais forks fazem um trabalho profundo de remover a telemetria e demais enshittificações da Mozilla.

Só que é necessário dizer que infelizmente o prospecto não é bom, e não dá pra botar a mão no fogo por tais forks pois não se sabe até quando será possível remover telemetria do Firefox: ao passo que a Web moderna se torna mais e mais complexa (WebGL, WASM, WebUSB, WebBluetooth, WebIsso, WebAquilo…, dependendo praticamente de sistemas operacionais em forma de navegador), os códigos dos motores-base, Blink (Chromium) e Gecko (Firefox) (além do WebKit do Safari, mas esse é mais específico pro iWalledGarden), se tornam igualmente complicados. Daí não seria difícil pra Mozilla, com dinheiro e potencial pra investir em táticas para beneficiar seus “parceiros” anunciantes, embutir enshittificação lá nas profundezas de seus códigos, entranhadas com outros códigos igualmente complexos, de forma que, mesmo se encontradas e removidas, quebrariam a compatibilidade de alguma API da Web moderna.

A Web moderna centralizou tudo nas mãos de duas corporações. Essas corporações foram “boazinhas” em “abrir seus códigos-fonte” e “permitirem” forks, porque sabem que, no fundo, tais códigos-fonte estão praticamente sob controle deles, e tudo que o downstream pode fazer é enxugar gelo (remover uma coisa aqui ou ali, mas outros recursos de telemetria e enshittificação permanecem nas entranhas do código), fazer um hard-fork e perder atualizações importantes (aqui vai uma teoria da conspiração: não me surpreenderia se essas novas vulnerabilidades que são “descobertas” de tempos em tempos sejam planejadas pelas próprias corporações que desenvolvem os motores web, Google e Mozilla, porque tais vulnerabilidades forçam os usuários a atualizar e, assim, inevitavelmente vão baixar junto as enshittificações), ou então abandonarem o barco como forks (como já aconteceu com muito fork, tanto do Firefox quanto do Chromium).

Há algumas tentativas de se combater isso. O LadyBird, como mencionei, é prometido como um motor independente. Além disso, tem se tentado ressuscitar à Web 1.0 com Geminispace, Neocities, Tildespaces, etc, de forma a tentar se afastar desse novelo de lã que virou a Web Moderna (que justamente por ser novelo de lã é que faz a Web estar, hoje, centralizada na mão de um duopólio).

Vc disse exatamente o que eu ia dizer, eu uso o Firefox desde o seu início, ver isso foi bem ruim pra mim, já que eu gosto do gerenciador de senhas dele e o modo como o browser funciona, tanto que utilizo ele até mesmo no celular, pelo menos o ublock ainda funciona nele, não sei até quando, vamos aguardar…

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Felipe Freitas

Repórter

Felipe Freitas é jornalista graduado pela UFSC, interessado em tecnologia e suas aplicações para um mundo melhor. Na cobertura tech desde 2021 e micreiro desde 1998, quando seu pai trouxe um PC para casa pela primeira vez. Passou pelo Adrenaline/Mundo Conectado. Participou da confecção de reviews de smartphones e outros aparelhos.