Formato de compressão de vídeo de próxima geração, AV1 oferece alta eficiência e qualidade visual superior; conheça vantagens e desvantagens do codec

O AV1 (AOMedia Video 1) é um codec de compressão de vídeo que oferece licenciamento sem royalties e atinge eficiência até 30% maior que rivais. Foi lançado em 2018 pela Alliance for Open Media (AOMedia).

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O AV1 usa blocos de pixels como base: ele divide os quadros de um vídeo em blocos, e compara cada um para encontrar redundâncias. Ao remover informações duplicadas, o codec realiza a compressão e reduz a taxa de bits, segundo artigo na Proceedings of the IEEE.

O processo começa com os superblocos. Cada quadro do vídeo é dividido em quadrados de 128×128 pixels ou 64×64 pixels. O AV1 compara os superblocos e busca padrões entre eles. Por exemplo, ele pode encontrar seções de um céu azul e nuvem branca que se repetem na cena.

Então, os superblocos podem ser divididos em blocos. No nosso exemplo, o AV1 iria separar as partes em azul e em branco. Existem 10 tamanhos possíveis de blocos, de 4×4 pixels a 128×128 pixels, que podem ser quadrados ou retangulares.

O AV1 também analisa o movimento dos blocos entre um quadro e outro. Esta análise ajuda a economizar bastante espaço: cada segundo de um vídeo contém 30 quadros ou mais, e cada redundância nessas imagens pode virar apenas uma instrução matemática.

É possível converter vídeos em AV1 usando um codificador gratuito e de código aberto; não há royalties de licenciamento. Os arquivos podem ser salvos como MP4 ou MKV.

O AV1 foi criado com o objetivo de se tornar o codec dominante na internet, onde 65% do tráfego é vídeo, de acordo com a Sandvine. O codec precisava ter licenciamento gratuito, ao contrário do H.264 e H.265; e deveria oferecer a mesma qualidade de imagem consumindo menos largura de banda.

Somente 2,5% dos dispositivos têm suporte a decodificação de AV1 via hardware, contra 86,6% do H.265, de acordo com a consultoria ScientiaMobile. A adoção ainda é pequena, mas está crescendo 40% por ano, segundo Krishna Rapaka, pesquisadora de vídeo na Amazon e Twitch.

A AOMedia, responsável pelo AV1, foi criada em 2015 por Google, Mozilla e Cisco. Antes disso, elas trabalharam de forma paralela para criar um codec mais eficiente que o H.264. Outras empresas se uniram a este grupo, incluindo Amazon, Netflix, Meta, Intel, AMD e Nvidia.

O AV1 foi lançado em 2018 para ser 30% mais eficiente que o H.265, ou seja, reduz em um terço o consumo de internet mantendo a mesma qualidade de imagem. Isso reduz o uso de armazenamento de dados e a congestão de rede, de acordo com a Meta.

O AV1 tem código aberto e seu uso não requer licenciamento de patentes. No entanto, ele exige até 150 vezes mais poder computacional que o H.265 para codificar um vídeo, segundo estudo da Universidade de Waterloo.

O H.265 foi lançado em 2013 para ser 50% mais eficiente que seu antecessor, o H.264.

O AV1 não exige licenciamento nem pagamento de royalties; no entanto, sua desvantagem em relação ao H.266 é consumir mais espaço para atingir qualidade de imagem semelhante.

O H.266 foi criado para atingir a mesma qualidade de imagem que o H.265 ocupando 30% a 50% menos espaço.

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Felipe Ventura + Paulo Higa = ótimo conteúdo.
Além do Emerson Alecrim

Curiosamente a Intel tá levando vantagem no mercado de GPUs com o AV1. Apesar do desempenho ruim em jogos, em compressão AV1 em tempo real eles deixam a AMD e a nVidia pra trás por muito.

O que muito streamer está fazendo, aliás, é usar GPU Intel pra streaming enquanto usa nVidia ou AMD pra jogatina.

E o melhor: GPU Intel tem um valor bem baixo considerando os seus concorrentes.

a GPU de entrada da Intel, a Arc 380 já têm decode e encod do AV1

pelo jeito, foi somente a intel que levou realmente a sério o AV1

Pena que os artigos deles estão cada vez mais raros.

TVs da Samsung tem AV1 desde 2020. Não sei como tá as da LG e outras.

Inclusive, Netflix em TV Samsung 2020+ usa AV1 por padrão faz um bom tempo já.

Tá faltando software no mundo?

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Felipe Ventura

Ex-editor

Felipe Ventura fez graduação em Economia pela FEA-USP, e trabalha com jornalismo desde 2009. No Tecnoblog, atuou entre 2017 e 2023 como editor de notícias, ajudando a cobrir os principais fatos de tecnologia. Sua paixão pela comunicação começou em um estágio na editora Axel Springer na Alemanha. Foi repórter e editor-assistente no Gizmodo Brasil.

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.