15 cabos submarinos estão ligados a um ou mais pontos na costa do Brasil para ajudar na transmissão de dados, e um 16º está em construção

Por mais que computadores, TVs e smartphones não precisem de fios para se ligar à internet, grande parte do tráfego da rede depende de cabos. Isso inclui as transmissões entre continentes. Neste caso, a conexão entre países distantes é feita por fibras óticas debaixo dos mares e oceanos. Em junho de 2022, são 15 cabos submarinos no Brasil, e um 16º deve entrar em operação em 2023.

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O 16º é o Firmina, que deve estar pronto para serviço em 2023.

Abaixo, um pouco mais sobre cada um deles.

Conectado a sete países, o AMX-1 foi fruto de um investimento de R$ 1 bilhão da América Móvil, dona da Claro. A estrutura tem capacidade de transmissão de até 30 Tb/s e serve clientes da operadora no Brasil.

O Americas-II é um dos cabos submarinos conectados ao Brasil há mais tempo em operação: desde 2000. Ele foi construído sob encomenda de um consórcio de operadoras internacionais e conta com quatro pares de fibras óticas.

Cabo submarino mais antigo do Brasil, ele interliga cidades por toda a costa brasileira. Em Fortaleza, o Festoon se ligava a outro, que seguia para os EUA.

Inaugurado em 2018, o BRUSA é o cabo submarino que conecta o Brasil e as Américas com maior capacidade. Em 2020, ele chegou a 160 Tb/s.

O EllaLink começou a ser projetado em 2012, com o objetivo de fazer a internet brasileira depender menos dos EUA. Os escândalos de espionagem da NSA deram mais importância à empreitada. A obra só ficou pronta em 2021. Os cabos têm capacidade para 72 Tb/s e vida útil de 25 anos.

Outro cabo submarino do Brasil lançado nos anos 2000, o GlobeNet, do provedor de mesmo nome, conecta as Américas do Sul e do Norte. Com ele, a latência nas transmissões do continente são mais baixas. Entre Nova York e o Rio de Janeiro, são menos de 101 milissegundos, por exemplo.

Perto de outros cabos submarinos dessa lista, o Junior é bem pequenininho. Com apenas 390 km, ele vai do Rio de Janeiro a Santos e tem 13 Tb/s de capacidade. Por ele, só trafegam dados do Google. A fornecedora do projeto foi a Padtec, empresa com sede em Campinas (SP).

Fruto de uma parceria entre a provedora GlobeNet e a Meta (dona de Facebook, WhatsApp e Instagram), o Malbec liga São Paulo e Rio de Janeiro. O plano é chegar a Porto Alegre (RS) e Las Toninas (Argentina). A ideia é aumentar a capacidade de conexão do país vizinho. A capacidade total disponível é de 108 Tb/s.

Com seis pares de fibra ótica e capacidade de até 64 Tb/s, o Monet teve custo estimado de US$ 400 milhões. Ele tem a atribuição de melhorar a capacidade de computação na nuvem do Google na América do Sul.

Com seis pares de fibra ótica e capacidade total de 72 Tb/s, o Seabras-1 é o primeiro cabo submarino a ligar diretamente São Paulo e Nova York. Um de seus objetivos é melhorar a conectividade do mercado financeiro, integrando as bolsas dos dois países.

O South America-1, ou simplesmente SAm-1, é um cabo de propriedade da Telxius, subsidiária do braço de infraestrutura da Telefonica. Em operação desde os anos 2000, ele interliga as três américas usando quatro pares de fibras óticas. A capacidade total do sistema é de 1,92 Tb/s.

Mais um cabo submarino do Brasil lançado nos anos 2000, o SAC teve um custo estimado de US$ 2 bilhões. A capacidade inicial do cabo era de 40 Gb/s, e a final, de 1,28 Tb/s.

Com capacidade para até 40 Tb/s, o SACS é usado por multinacionais, provedores e redes de pesquisa. Ele liga Brasil e Angola, mas é útil para outros países. A latência da conexão entre Miami, nos EUA, e Cidade do Cabo, na África do Sul, caiu de 338 para 163 milissegundos graças à nova rota.

O SAIL foi construído pela Huawei Marine Networks e conta com quatro pares de cabos de fibra ótica. Juntos, eles fornecem uma capacidade de 32 Tb/s. Do lado africano, ele se interconecta a outros 11 cabos terrestres, que chegam até o Oriente Médio. Por aqui, ele se liga ao SAm-1.

Pronto desde 2018, o Tannat começou a ser usado em junho de 2019. Inicialmente, ele ligava Brasil e Uruguai; a bifurcação para a Argentina foi feita depois. Este cabo é exclusivo para melhorar a conectividade do Google Cloud, tem seis pares de fibra e atinge 90 Tb/s.

Com informações: TeleGeography.

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O “America Movil Submarine Cable System-1 (AMX-1)” é o cabo que faz a Claro ter a melhor conectividade internacional entre as grandes operadoras.

Ótima reportagem.

Poderiam falar tambem de cabos/rotas importantes entre o Brasil e outros paises da america do sul que sejam por terra (isso se existirem).

Queria saber qual é o país que mais possui cabos submarinos.

Meu chute, os EUA. Não que faça tanto sentido para eles, já que o grosso do conteúdo acessado por lá é “local”, mas por que o resto do mundo se conecta com eles.

Além do que os EUA tem litoral em 2 oceanos, então tem muito mais possibilidade de ligações com outros continentes.

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Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.