Rio de Janeiro iguala São Paulo em títulos de Libertadores. Veja lista
O apito final do Estádio do Maracanã na noite de sábado selou mais do que o hexacampeão continental do Flamengo: empatou a disputa histórica entre as duas maiores metrópoles futebolísticas do Brasil. Ao bater o Palmeiras por 1 a 0 com gol de cabeça de Danilo aos 33 do segundo tempo, o clube da Gávea garantiu o quarto título cariça seguido e elevou o Rio de Janeiro a sete conquistas da Copa Libertadores, alcançando São Paulo na tabela de cidades campeãs. A igualdade coloca as capitais brasileiras em quarto lugar geral, atrás apenas de Buenos Aires (13), Montevidéu (8) e Avellaneda (8), e projeta uma briga direta pelo topo do ranking sul-americano nas próximas temporadas.
A sequência recente de domínio fluminense é inédita desde que o torneio passou a incluir clubes do México, em 1998, e registra média de um título por ano: Flamengo (2022), Fluminense (2023), Botafogo (2024) e novo Flamengo (2025). O retrospecto de 24 vitórias em 28 partidas de knockout, com apenas dois empates sem gols, explica a ascensão meteórica do futebol carioca, que até 2021 possuía apenas três taças — duas do Flamengo (1981 e 2019) e uma do Vasco (1998). Já São Paulo, que liderava isolada entre os brasileiros desde 2011, estacionou nos sete troféus: três do São Paulo FC (1992, 1993, 2005), três do Santos (1962, 1963, 2011) — clube do litoral, portanto não contabilizado para a capital — e um do Corinthians (2012).
O título também redesenha o pódio entre os clubes do país. Com seis taças, o Flamengo superou Palmeiras, Santos, São Paulo e Grêmio, todos com três, e isolou-se como o maior campeão brasileiro da história da competição. O próprio elenco rubro-negro já projeta o assalto ao favoritismo em 2026: o técnico português Pedro Martins, contratado em julho, terá ao menos 80% do atual plantel sob contrato até dezembro do ano que vem, incluindo o goleiro Matheus Cunha, eleito o melhor jogador da final, e o meia uruguaio De Arrascaeta, que chegou às finais em cinco das últimas seis edições. Do outro lado do país, o futebol paulista tenta reagir: Palmeiras e São Paulo FC reforçam suas categorias de base com investimentos de R$ 90 milhões combinados para 2026, enquanto o Corinthians acerta a contratação do técnico argentino Gallardo, campeão continental pelo River Plate, com o objetivo de reeditar o ciclo vitorioso que manteve a capital tricolor no topo do ranking sul-americano durante a década passada.
A paridade entre Rio e São Paulo coloca pressão adicional sobre os clubes brasileiros na edição de 2026, quando o país terá cinco vagas diretas mais o atual campeão. Avellaneda, com Racing e Independiente, e Montevidéu, com Nacional e Peñarol, ameaçam abrir vantagem caso o próximo campeão saia do Uruguai ou da Argentina, enquanto Buenos Aires, com Boca Juniors e River Plate em reformulação, parece imbatível no topo. O calendário apertado, que inclui Mundial de Clubes em julho e eliminatórias da Copa do Mundo em setembro, exigirá rotação de elencos e pode favoreecer equipes com maior profundidade de banco — vantagem que, neste momento, pertence ao futebol carioca.