Como é gravado um audiolivro?

É natural pensar, num primeiro momento, que gravar um audiolivro é simples; saiba como é o processo de produção O Audiolivro está ganhando a atenção dos leitores — ou seriam ouvintes — no Brasil. Prova disso é a quantidade de aplicativos voltados para audiobooks, com obras em português. Ouvir livros é um benefício tanto para quem

É natural pensar, num primeiro momento, que gravar um audiolivro é simples; saiba como é o processo de produção

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O Audiolivro está ganhando a atenção dos leitores — ou seriam ouvintes — no Brasil. Prova disso é a quantidade de aplicativos voltados para audiobooks, com obras em português. Ouvir livros é um benefício tanto para quem tem deficiência visual (ou para pessoas com a visão comprometida em diferentes níveis), quanto para quem passa muito tempo no transporte público, de pé, sem nenhum conforto para ler um livro.

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É natural pensar, num primeiro momento, que gravar um audiolivro é simples: bastaria ler em voz alta e gravar o resultado. Contudo, não é tão fácil. Assim como a produção de podcasts, gravar audiolivros requer cuidado nas áreas técnicas e de produção.  

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“Grande parte das pessoas acredita que gravar um audiobook é simplesmente entrar em um estúdio ou utilizar um computador potente e sair lendo um livro que o mesmo se transforma em audiobook. Mas, como os microfones são extremamente sensíveis, qualquer ruído é captado, desde a respiração até roupas com tecidos sintéticos, fazendo diferença na gravação e sujando o áudio”, explica Claudio Gandelman, que é CEO do app Auti Books, um aplicativo que oferece livros falados de vários gêneros.

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Isso acontece porque os microfones usados nas gravações, geralmente, são do tipo cardióide, que captam tudo que está logo à frente do microfone e rejeitam apenas o que está na parte de trás. Os microfones são conectados a pré-amplificadores para que sejam feitos ajustes nos níveis de áudio e, nos computadores, a ferramenta usada quase sempre é o Pro Tools (instalado em Macs capazes de processar horas de áudio). 

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São horas e horas de gravação… 

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Para um audiobook de 300 páginas, ainda de acordo com Gandelman, leva-se em média 25 horas de gravação em estúdio, além de mais algumas horas extras de mixagem, finalização e equalização. “No final, o tempo de duração de um audiobook soma em torno de 10 a 15 horas”, disse. Mas, isso varia de acordo com o tamanho do livro.

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Todo o material gravado sempre passa por edição. Frequentemente são feitos retakes das gravações até a perfeição e todo esse processo leva em média de 45 a 60 dias para audiobooks de 300 páginas. Normalmente, o cálculo dessa previsão é feito por laudas.

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Um curiosidade importante de mencionar é a rotina dos próprios locutores que precisam controlar até os músculos utilizados na sua fala, quando narram um audiobook. Os músculos estomacais por exemplo, são acionados e produzem uma série de sons estranhos e engraçados durante a gravação. Já é bastante comum ver os narradores usando travesseiros sobre a barriga para isolar esses sons do microfone.

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Além disso, os narradores não costumam gravar mais do que três ou quatro horas diárias. Após o período, a voz se torna cansada e acaba transparecendo no áudio.

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Os narradores citam a importância de ler toda a obra antes de gravar, para entenderem melhor cada personagem e pensarem, com antecedência, que voz dar a cada um deles. 

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Narrar um audiolivro é uma forma de conectar o livro à pessoa por meio do som e dar voz a inúmeros personagens. É preciso dominar o desafio de produzir algo de qualidade, que transmita emoção e fique na memória de quem ouviu. Não basta narrar, é preciso interpretar e é comum contratar, além de locutores, atores e dubladores.

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O ator Adriano Pellegrini, com 51 audiolivros narrados no currículo, conta que esse é um processo intenso e que cada contratante (plataforma e editoras) trabalha com a sua própria metodologia. “Há uma direção por trás do trabalho de narração. Você pode repetir se errar e isso torna o processo mais flexível e com qualidade”, explica. Como já trabalhou como dublador, Pellegrini aponta que há diferenças na forma de usar a voz.

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“Com a dublagem existe a preocupação do texto acompanhar a boca do personagem que está sendo dublado. Ao narrar um audiobook, a preocupação é com o timbre da voz e como adequá-la para cada um dos personagens. Observo que os dubladores não necessariamente se adaptam ao audiolivro e vice-versa, justamente por serem trabalhos bem diferentes”, completou Pellegrini, que narrou “A coragem de não agradar”, uma obra com um debate transformador entre um jovem e um filósofo.

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Já a atriz e cronista Isabel Guéron, acredita que o mercado de audiobooks é uma oportunidade de carreira e para espalhar a literatura. “Acho muito interessante fazer outros personagens usando apenas a voz, principalmente quando o assunto é ficção. Incorporo o trabalho de atriz e acredito que a interpretação ajuda bastante”, contou.

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Como locutor, Sidney Ferreira conta que narrar um audiobook é bem diferente do que usar a voz na rádio. “Eu tenho que me ater ao que o escritor quer passar por meio do livro. Se for um título espírita, minha voz precisa transmitir paz, se for uma biografia, um livro mais jornalístico, minha voz tem que ter um tom mais linear, que transmita informação. Sem contar que tenho que ser imparcial e ler com integridade”, diz.

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Há casos em que — quando o autor do livro também tem experiência em teatro e narração — você vai encontrar o livro narrado pelo autor. “Na minha pele”, do ator Lázaro Ramos, é um ótimo exemplo. A sensação de proximidade de ouvir, do próprio escritor, a interpretação da suas experiências, é maior. Quase como uma conversa.

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Embora nem todos os livros estejam disponíveis no formato de audiobook, o benefício de ver esse formato crescer é o de que os livros possam atingir vários indivíduos de mais diferentes perfis. Todos aqueles que não leem por falta de tempo ou por algum motivo específico como déficit de atenção, idosos que já possuem dificuldade para ler e também os deficientes visuais. Seja comprando por título ou no modelo de assinatura mensal, investir em uma estante virtual de livros falados pode ser muito interessante.

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Melissa Cruz Cossetti

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Ex-editora

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Melissa Cruz Cossetti é jornalista formada pela UERJ, professora de marketing digital e especialista em SEO. Em 2016 recebeu o prêmio de Segurança da Informação da ESET, em 2017 foi vencedora do prêmio Comunique-se de Tecnologia. No Tecnoblog, foi editora do TB Responde entre 2018 e 2021, orientando a produção de conteúdo e coordenando a equipe de analistas, autores e colaboradores.

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